Centralização dificulta acesso aos espaços culturais.
Por: Débora Dias
São Paulo é, sem dúvidas, uma das cidades mais importantes do país. Sempre foi vista como sinônimo de melhores condições de trabalho e de vida. Mas o que dizer quanto ao investimento feito em cultura e lazer?
O que podemos perceber hoje é uma centralização dos espaços culturais em alguns bairros da cidade, geralmente não acessíveis a todos, e algumas exceções “perdidas” pelos bairros mais simples. Digo exceções pois, geralmente, são espaços mantidos pela própria comunidade local sem muita atenção do governo, fato.
Vamos usar como exemplo as bibliotecas: são aproximadamente oitenta, espalhadas por todas as regiões da cidade. As principais estão em boas condições, como é o caso da Biblioteca Prefeito Prestes Maia, em Santo Amaro, bairro importante da zona sul. Lá as estantes estão abarrotadas de livros, tanto que a aceitação de doações foi interrompida por uns tempos.
Porém, se olharmos um pouco mais longe, encontraremos escolas públicas com bibliotecas praticamente vazias ou com livros em péssimas condições de uso; e as dos Centros Educacionais Unificados – CEUs que são voltadas apenas para o público infantil.
Os museus também apresentam esse problema de localização. O Museu da Língua Portuguesa, por exemplo: apesar de apresentar preços baixos e ter como assunto principal a nossa língua – importantíssimo no desenvolvimento intelectual de nossas crianças – é de difícil acesso, mesmo estando próximo a estação Luz do metrô.
É importante observar que, para uma grande parcela da população, gastar dinheiro com ônibus e metrô para visitar museus e arcar com o valor, mesmo que simbólico, da entrada não é algo viável.
Isso tudo acaba afastando a população desses locais, e conseqüentemente, de informações e experiências que poderiam contribuir, e muito para a bagagem cultural das pessoas, principalmente dos jovens.
E o que fazer para reverter essa situação?
O governo tem desenvolvido projetos como o ônibus-biblioteca, uma biblioteca móvel que leva um pouco de literatura às regiões onde não existem espaços destinados a esse fim, e a inauguração de pequenas bibliotecas em algumas estações do metrô.
Mas será que apenas isso é suficiente, ou poderiam existir outras soluções?
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