O que distancia o homem da arte?

Por: Larisse Alves





Arte, cultura e entretenimento são, muitas vezes, privilégios ainda não acessíveis a todos. Os principais motivos dessa distinção são: o alto custo de alguns eventos e a falta de familiaridade das pessoas com estes assuntos.

Embora a mídia incentive o interesse pela leitura e pelas outras manifestações culturais, o Brasil ainda está longe de ser um país formado por leitores assíduos e amantes da arte.

Mas por que este distanciamento da cultura e do conhecimento? Esta idéia de que o brasileiro não se interessa por cultura é fundamentado na verdade ou no senso comum que se arrasta por anos de história?

Recentemente foi apresentada uma proposta do Governo Federal para um “bônus” concedido aos trabalhadores para fins culturais. Esta medida resolveria a falta de acesso da população a estes espaços que ainda hoje são considerados restritos e elitizados?

A iniciativa pode ser considerada como um primeiro passo, porém, não são apenas as restrições financeiras que impedem a formação cultural: crianças e jovens demonstram pouco interesse pela leitura, por exemplo. Lêem apenas alguns dos livros exigidos pelo vestibular e preferem outro tipo de lazer que não os culturais. Estão habituados à facilidade proporcionada pela internet e passam grande parte do tempo jogando vídeo games ou com brinquedos de última geração.

Porém, vamos levar em conta a questão do preço e da dificuldade de acessibilidade existe e não pode ser ignorada pois, este é com certeza um dos principais fatores que contribuem para o distanciamento entre homem e arte: exposições, peças de teatro, cinemas, shows e outros são oferecidos à população por um preço acima do que a maioria das pessoas podem pagar, dando espaço para a exclusão social.

O preço elevado muitas vezes se deve ao alto custo para a produção dos eventos já que, infelizmente, algumas manifestações culturais ainda contam com pouco apoio do governo federal.

Nosso intuito, porém, não é julgar o valor cobrado ou até mesmo encontrar culpados, mas possibilitar uma reflexão sobre o quadro cultural do Brasil.

Qual a melhor maneira de sobrepor os obstáculos do poder aquisitivo e da falta de intimidade com o novo? O que falta para que haja mais apoio aos projetos independentes? Por que as escolas e a comunidade ainda divulgam tão pouco sobre os projetos culturais da cidade? Qual é o interesse do estado em formar cidadãos alienados?

Cabe também as instituições e ao próprio governo contribuir para uma melhoria. Algumas conquistas como a carteirinha do estudante, que oferece desconto de meia entrada em cinemas e eventos já é um estímulo considerável e não devemos deixar de aproveita-los, porém, temos que fazer nossa parte e usar do próprio interesse para nos inserir na realidade cultural e transforma-la. É preciso vencer paradigmas e quebrar estereótipos a fim de que os brasileiros sejam vistos como um povo interessado por arte, cultura e pelo novo.


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